Perspetivas para o Mercado de Legal em 2023

Perspetivas para o Mercado de Legal em 2023
Joana Russinho, Head of Human Resources na DLA Piper ABBC

Em termos de mercado laboral na área do Direito, do que observo, destacam-se com maior movimentação as áreas de Corporate & M&A, fiscal, direito público, laboral e contencioso. Estas são reflexo, por um lado, de uma elevada dinâmica regulatória e de desafios externos, e por outro, relacionam-se com assuntos quotidianos das empresas, que necessitam de um acompanhamento constante do ponto de vista jurídico, perante os desafios imediatos que hoje são colocados às empresas (clientes), ao advogado, ao trabalho em si e ao formato do mesmo.
 
 
 
Estes desafios, que questionam o status quo e se apresentam mais voláteis, incertos, complexos e ambíguos impelem a que a aposta continue a ser a incorporação de perfis bastante seniores com a sapiência e power skills que lhes permitam ajudar os Clientes: com uma carteira de clientes relevante como confirmação de experiência e também com o objetivo de coordenar ou até mesmo de desenvolver ou criar subsectores de raiz, fruto de novas necessidades, e que permitam de forma multidisciplinar trazer valor acrescentado aos clientes.
 
Para além dos listadas em cima, destaca-se ainda uma acentuada procura de perfis mais juniores na área de concorrência e energia – talentos que escasseiam, não tão valorizados ontem como hoje.

Já as empresas, para cargos in-house, mantiveram o interesse por perfis mais generalistas e versáteis, com background nas áreas de corporate, civil e comercial, bem como algumas necessidades na área de proteção de dados, perfis estes adaptados aos sectores em que operam.
 
Em termos de power skills, também estas sofrem alterações: com a crescente internacionalização de algumas Sociedades e Clientes, procuram-se advogados “com mundo”, capacidade critica, sem receio de sair fora da sua zona de conforto para aprender novos assuntos. Empáticos e parceiros dos clientes que representam, orientados para explicações simples. Advogados que não se fechem em si mesmos, mas que reconheçam as sinergias de um trabalho concertado e em equipa. Independentemente da idade, a atitude certa está no centro da equação.
 
Relativamente a 2023
, a inflação e a crescente ameaça de uma recessão económica global não conseguiram acalmar a competição por talento entre os vários escritórios de advogados. O resultado? As sociedades estão a ser pressionadas para repensar a gestão das pessoas, o conceito de total compensation, bem como os valores e propósito por que se regem, sustentados em boas práticas de work life integration & wellbeing. Os mais novos solicitam acompanhamento, orientação e mentoria, procurando líderes inspiradores que os retenham – algo que se irá manter para 2023.
 
Em suma, acelerados pela pandemia, no presente e futuro, clientes e colaboradores dos escritórios de advogados procuram e exigem cada vez mais uma experiência diferente. Para os clientes é essencial que os escritórios reflitam as suas prioridades, valores e formas de trabalhar e que estas estejam alinhadas como parceiros; para quem se dedica a esta parceria, aspetos como a proposta de valor da Sociedade, temas como a flexibilidade, diversidade, saúde e segurança deixaram de ser negociáveis. São agora fatores-chave que devem passar a fazer parte da (pré)ocupação de qualquer líder. 
 
Esta mudança de paradigma e investimento em modelos organizacionais que relevam estratégias de negócio humanizadas e responsáveis, continuará a ser uma forma a captar e reter talento e continuará a ser uma prioridade para 2023.
 
 
 
 
 
 
Joana Russinho,
Head of Human Resources na DLA Piper ABBC
 
 

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