Tendências de recrutamento do mercado de Indústria e Logística

Tendências de recrutamento em Indústria e Logística

 

O mercado de recrutamento para profissionais qualificados, durante a última década, pode ser divido em duas fases distintas, fase 1: Pós-Crise 2008 / Intervenção Troika em Portugal (2011 – 2015) e fase 2: Recuperação Económica Nacional (2016 – 2019).

Na primeira fase, existia uma maior propensão para assistirmos a um mercado de recrutamento liderado pelo empregador, ou seja, tínhamos um número de profissionais qualificados à procura de novos desafios superior à percentagem de empresas dispostas a recrutar – segundo o nossa Guia de Mercado Laboral em 2012 a percentagem de candidatos abertos a novos projetos era de 77%, quanto que o valor percentual de empresas a contratar era de apenas 33%.
 
Na segunda metade da década, e na segunda fase desta análise, esta tendência inverteu-se com a recuperação económica do país, sendo que o número percentual de profissionais qualificados abertos a novas oportunidades fosse inferior ao valor percentual de empresas a recrutar, por exemplo em 2019 verificou-se que 82% das empresas que participaram no inquérito para no nosso Guia de Mercado laboral indicaram que queriam contratar quadros médios e superiores, enquanto que apenas 70% dos profissionais indicaram que ponderavam mudar de emprego.
 
Naturalmente que o estado da economia influencia o mercado de recrutamento, contudo, conclui-se que enquanto a economia esteve em contração, o mercado de recrutamento -  em termos gerais -  era liderado pelo empregador, ao passo que se começou a verificar um equilíbrio desta dinâmica (e para alguns perfis o candidato passou mesmo a liderar o mercado de recrutamento) a partir do momento em que a economia começou a recuperar e a crescer (timidamente). Esta mudança de paradigma altera a forma como as empresas podem e devem abordar mercado de trabalho, tendo em consideração que o “produto” escasseia e/ou que a concorrência pelos candidatos aumenta. Nesta vertente é fundamental que as organizações passem a ser mais sensíveis à competitividade salarial, agilidade e rapidez de resposta nos processos e dar a devida importância ao tema de Employer Branding, caso pretendam atrair o melhor talento do mercado para os seus quadros.
 
Desde 2020, como já se sabe, vivem-se tempos atípicos. Ficamos a conhecer uma crise pandémica que gerou, entre outros desafios, uma crise económica com um impacto mundial ainda maior que o credit crunch de 2008, tendo provocado perdas irreversíveis para várias empresas e setores, apesar dos apoios do estado ou das moratórias das credoras. O setor industrial português não foi exceção e a sua resiliência foi mais uma vez posto à prova.
 
O ano de 2020 até tinha começado de uma forma positiva para a área da Indústria e Logística, com perspetivas interessantes de crescimento, mas a pandemia acabou por colocar em causa o caminho que estava a ser traçado. Devido ao processo de layoff na Indústria e algumas paragens de atividade, o mercado acabou por ser bastante afetado, embora nem todos os setores tenham sido atingidos da mesma forma.
 
A indústria alimentar, por exemplo, apesar de ter sido também prejudicada por cortes na produção, teve um impacto muito brando em termos económicos e nas quedas de faturação durante a pandemia. O mesmo aconteceu na indústria farmacêutica, que se destaca por manter as perspetivas de crescimento, com grande parte das fábricas a prosseguirem os projetos de expansão. A digitalização, o facto de o e-commerce ter crescido significativamente e a aposta na melhoria dos processos e dos fluxos foram fatores cruciais para o impacto ter sido mais atenuado nas áreas alimentar e farmacêutica. 

Apesar da crise, as percentagens de empresas a recrutar e de profissionais qualificados à procura de novos projetos mantiveram-se em valores equilibrados, sendo que em 2020 os valores foram, respetivamente, de 82% e 78% e as perspetivas para o ano em curso serem de 75% e 79%. Isto significa que a contratação de profissionais qualificados para empresas continuará a ser desafiante e que os profissionais continuarão a ter um mercado dinâmico em termos de ofertas.
 
Relativamente à dinâmica do mercado de recrutamento para a área da Indústria e da Logística os perfis mais solicitados, segundo o nosso guia de mercado laboral, são: Coordenador de Transportes, Procurement Manager, Supply Chain Manager, Comprador/Buyer, Engenheiro/Responsável de Produção, Engenheiro/Responsável de Manutenção, SQA e Qualidade Cliente, Desenhador Projetista, Técnico de Manutenção, Diretor Industrial, Direção de Qualidade e Engenheiro de Automação. 
 
Já os perfis que têm sido mais difíceis de encontrar são: Técnico de Manutenção, Coordenador de Manutenção, Engenheiro de Automação e Robótica, Qualidade IATF e Responsável de R&D.
 

Tiago Sousa - autor do artigo

Tiago Sousa
Team Leader na Hays Engineering

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