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COMO LIDAR COM O BURNOUT NO LOCAL DE TRABALHO

Sandra Henke, Global Head of People & Culture na Hays

Há momentos em que o trabalho nos pode deixar stressados e exaustos. No longo prazo, ao ignorarmos esta situação e a sua frequência, podemos estar perante o risco de burnout. Os efeitos do burnout podem variar, mas podem afetar desde a saúde mental até à saúde física. Isto pode acontecer com qualquer pessoa e, embora o mundo do trabalho tenha mudado nos últimos anos, as causas do burnout e a forma de lidar com esta situação não mudaram.

Muitas pessoas voltaram fisicamente ao seu local de trabalho, o que muitas vezes resultou em menos horas de sono e a estarem mais expostas a ambientes que não lhes são confortáveis. Para aqueles que trabalham remotamente, fazer dos escritórios as nossas casas trouxe consequências e fez com que muitos tivessem que fazer um esforço maior para manter o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. Isso naturalmente leva a mais horas de trabalho e à inexistência deste tão procurado equilíbrio. 

O burnout não tem de ser permanente e, com a ajuda certa, é possível recuperar. Neste blog, veremos como lidar com o burnout e o que devemos evitar.


Lembre-se de que não está sozinho 


Embora possa parecer que todas as pessoas conseguem lidar com o stresse da sua vida profissional, isso nem sempre é verdade. Muitas pessoas recebem muitos e-mails, alguns fora do horário de trabalho, e acham isso normal. Outro equívoco comum é que apenas pessoas com funções de alto stresse ou com muita responsabilidade podem ser afetadas pelo burnout.

O que não é cem por cento correto. 88% dos trabalhadores do Reino Unido sofreram burnout nos últimos dois anos, enquanto, em 2021, 50% dos americanos afirmaram ter sofrido com isso nas duas semanas anteriores. Na Austrália, 46% dos trabalhadores disseram que se sentiram esgotados no início de 2022 – um aumento de 12% em relação ao ano anterior.

O que é que isto significa? Em primeiro lugar, que quem está a passar por isto não está sozinho. Muitas outras pessoas já passaram pelo mesmo e sabem o que você está a passar. Em segundo lugar, e tão importante – a culpa não é sua. Isto afeta muitas pessoas e não são as pessoas que passam por esta situação que estão a fazer alguma coisa de errado. 
 

Evite o presenteísmo* – trabalhar doente não é aceitável 


O impacto da pandemia na nossa saúde mental, aliado ao aumento do número de pessoas a trabalhar à distância, conduziu a uma nova forma de presenteísmo. O presenteísmo é o ato de fazer um esforço intencional para mostrar que está dedicado e a trabalhar, mesmo que não esteja totalmente apto para estar fisicamente num local. Um relatório do CIPD revelou que 46% dos funcionários do Reino Unido trabalharam apesar de estarem muito doentes, apenas para cumprir suas funções.

Trabalharmos quando não estamos bem não ajuda na recuperação. Para ser honesta, é improvável que ajude o seu empregador, dada a perda de produtividade. É melhor tirar o dia em que está doente e se concentrar no seu bem-estar.


Não tema as consequências de fazer uma pausa


Se corre o risco de burnout não deve continuar a esforçar-se apenas para manter as aparências. Não é incomum tornar-se desinteressado, cínico ou mesmo irritável, o que não o ajudará na sua função nem nos seus relacionamentos no local de trabalho. Quando isso acontecer, pode muito bem haver mais a perder se continuar.

É compreensível que esteja preocupado que as suas conquistas passem despercebidas ou que o seu empregador o subestime. No entanto, tentar provar a si mesmo até se esgotar não é uma solução saudável. Pode ler aqui o artigo da minha colega, Christine Wright, com dicas sobre o que fazer.
 

Não se compare com os outros


Trabalhar à distância, mesmo numa base híbrida, significa também menos oportunidades para estabelecer relações e conversas com maior frequência ou até mesmo para tomar café com um colega. Como resultado, não só tem menos pausas no seu dia de trabalho, como tem menos probabilidades de os seus colegas terem uma opinião real e verdadeira sobre si.

Sejamos honestos, se perguntar a alguém como está a correr o seu dia, já pode adivinhar a resposta. "Estou tão ocupado". "É agitado!" "Tenho reuniões umas atrás das outras!" Claro que, por vezes, isto é verdade, mas na sua cabeça, está sempre a acontecer a toda a gente. Isto contribui para a ideia de que deveria estar a trabalhar ainda mais para corresponder aos padrões ditos normais, levando frequentemente à síndrome do impostor. Pode encontrar mais sobre como lidar com a síndrome do impostor aqui.


Fale com os seus colegas - e com o seu manager - sobre o burnout


Encontre um colega com quem possa partilhar os seus problemas. Falar dos seus problemas de forma honesta e aberta pode ser benéfico. Afinal, há uma boa hipótese de que não seja o único na sua empresa que se sinta assim. Se estiver a lutar contra o burnout, saberá que algo precisa de mudar no seu local de trabalho.

Uma recente sondagem da Hays revelou que 51% dos inquiridos afirmam poder discutir a sua saúde mental com o seu manager. É compreensível que possa estar hesitante em falar com o seu manager sobre estas questões. No entanto, se acredita que os acontecimentos no trabalho estão a afetar o seu bem-estar, isso pode ajudar.

Marque uma reunião com o seu manager para que possa discutir o assunto em privado. Eis o que deve considerar quando falar com o seu manager sobre o burnout - não há problema em fazer uma lista destes para discutir:
  • Fale das suas preocupações sem se culpar. Comece a conversa de uma forma soft;
  • Identifique a fonte do seu esgotamento e explique porque é que isso o afeta;
  • Tente abordar os seus sentimentos e atitudes atuais e como isso o está a afetar a si e às suas atuações;
  • Sugira potenciais soluções ou, pelo menos, melhorias. Isto pode ser gestão do tempo ou dar prioridade a certas tarefas.

Um inquérito da Associação Psicológica Americana revelou que 71% dos trabalhadores americanos acreditam que as suas organizações estão mais preocupadas com o bem-estar mental dos seus empregados do que estavam antes da pandemia. Dito isto, se sentir que o seu empregador não leva a sério o seu bem-estar, poderá ser altura de considerar uma mudança de cenário. No mesmo inquérito, 81% dos inquiridos disseram que a atitude de um potencial empregador em relação à saúde mental seria um fator importante na decisão de trabalhar ou não para aquela empresa. Dado que 40% das pessoas que deixaram o seu emprego em 2021 citaram o esgotamento como um fator na sua decisão, esta poderia ser a opção certa para si também.


Foque-se em si mesmo


A culpa não é sua, mas há medidas que pode tomar para lidar com o burnout.

Reserve tempo para si. Isto significa cumprir o seu horário de trabalho, sem estar sempre a trabalhar fora de horas. Isto nem sempre será possível - haverá ocasiões em que não conseguirá terminar o trabalho a tempo, mas não faça disto a rotina.

Se estiver em casa, há a possibilidade do seu escritório poder até estar na cozinha, privando-o da possibilidade de esticar as pernas e tomar uma bebida. Marque intervalos regulares ao longo do dia, a menos que simplesmente não seja possível. Use as suas férias anuais para se afastar totalmente do seu trabalho - isto pode ser umas férias, tempo com amigos ou família, ou apenas alguns dias para descansar.

Passe o seu tempo livre a fazer coisas de que gosta. Muitas pessoas acham que o exercício é benéfico. Encontre algo que lhe agrade. Se tiver outros passatempos, não precisa de ser uma corrida de longa distância ou horas passadas no ginásio. Experimente o yoga ou a meditação para o ajudar.

Por último, evite a tentação de manter os olhos colados a um ecrã até tarde. Sei que é difícil, mas uma boa noite de sono é muito importante.


A reter: como lidar com o burnout


Uma rotina saudável, estilo de vida equilibrado e à sua medida, poderão ser um bom começo para ter um maior equilíbrio entre a sua vida pessoal e profissional. Em vez de continuar a trabalhar em excesso até cair (ou tentar continuar depois de já o ter feito), faça uma pausa, quer seja curta durante o dia ou uma semana de férias anuais. Dar tempo para as coisas de que gosta e tratar bem o seu corpo, é o começo para lidar com o esgotamento.
 
 

Sandra Henke, Global Head of People & Culture na Hays

 
Sandra Henke é Global Head of People & Culture na Hays. É membro do Conselho de Administração com a responsabilidade de liderar a estratégia e as melhores práticas em matéria de Pessoas e Cultura. A sua principal área de foco é continuar a desenvolver a nossa cultura e práticas de pessoas, com um enfoque específico na Diversidade e Inclusão, Gestão da Mudança, Liderança e Desenvolvimento de Talentos, Sucessão, Competências de Gestão e Envolvimento dos Empregados.

Tem uma paixão antiga pelo papel que a liderança e o desenvolvimento cultural desempenham na formação do sucesso organizacional e humano.

Nascida e criada na Nova Zelândia, Sandra trabalha na Hays há 20 anos, originalmente na Austrália, onde o seu último papel foi como Diretora de RH para a região da Ásia-Pacífico. Mudou-se para Londres em 2012 para assumir um papel no Reino Unido e foi promovida para o Conselho de Administração do Grupo em 2017.

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